Sala de Espera

  • Atomic Garden
    Idade: 19
    Lugar: Chapecó, SC.
    Condição: Frescura.
  • Lipedal
    Idade: 19
    Lugar: Santo Ângelo, RS, no meio da roça missioneira.
    Condição: Demofobia e Nerdice Aguda. Foi ao Mundo Real duas vezes, durante as quais ganhou uns graus de miopia devido à exposição ao sol.
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    Idade: 20
    Lugar: Recife, PE. É o único do consultório que mora numa cidade de verdade.
    Condição: Psicose e Esquizofrenia. Obsessão compulsiva por filmes clássicos de terror brutal e trash em geral.

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Atualização? Só amanhã.

Por yusanã || 00:10:00 || 31 de mai. de 2006
Mentira, mais tarde eu posto.

Só que como o Lipedal mandou eu não postar nada muito grande essa semana, senão quem entrasse aqui iria sair correndo com o tamanho dos últimos posts, eu vou atualizar agora só de brincadeirinha. Post de verdade, esse sim, só mais tarde.

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Porra, pela primeira vez, eu senti que um texto meu serviu para alguma coisa mesmo. Tá, pode até ser que alguns de vocês dêem uma risada em uma linha ou outra de vez em quando, mas não tem nada melhor do que ver alguém ficar puto da cara por causa de uma merda sua.

Olhem aí o que aconteceu quando o leitor Makai resolveu mostrar o meu texto para um Herbalife Lover:

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SAHDJKLASHDJKLASHDLAJKSHDLAJKSHDLASJKHDASLJKDHLSAJDHAJKL

Entenderam bem? Não acreditem num GORDO DOENTE que escreve por diversão, e sim no vendedor da Herbalife que precisa de você para ganhar dinheiro. Ah, eu me divirto com a internet. Imagino o que aconteceria se o meu texto chegasse até uma comunidade de "Eu Amo Herbalife" do Orkut... Sabe que não é uma má idéia? Eu ia rir pra caralho.

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Como eu não precisava escrever um post nem segunda e nem ontem, resolvi passar os dias tocando minhas flautas. Sim, agora eu tenho mais de uma. Uma Tin Whistle e um Pífaro que chegou segunda feira. Não que isso importe para alguém, mas enfim, a pífaro é tipo uma flauta transversal de pobre. É só olhar a descrição do produto no MercadoLivre.

Pífaro em polímero fabricado artesanalmente na tonalidade de C (Dó). Tem alcance de duas oitavas e um som impressionante.

Este modelo não tem ajuste de afinação, e é excelente para quem gosta do som de uma flauta transversal mas não pretende investir tanto no momento.


O que é praticamente a mesma coisa que:

Flautinha de plástico fabricada no galpão de uma casa em algum lugar de algum país do terceiro mundo, fabricada por mãos calejadas e em algum tom que eu não sei qual é pois o som de cada flauta é completamente diferente. Tem alcance de uns 30 metros, dependendo da força do arremesso, e um som impressionante.

Este modelo não tem ajuste de afinação, e é excelente para o pobre filho da puta que se acha músico mas que não tem um caralho no bolso.


Brincadeira pessoal, se algum dia quiserem comprar flautas no Mercado Livre (como se algum de vocês fosse idiota o suficiente para gastar dinheiro com isso) o Ronald é um ótimo vendedor. E porra, estamos fazendo muita propaganda nesse blog sem ganhar porra nenhuma. Somos uns idiotas.

Enfim, tomem logo minha primeira gravação numa das flautas. Isso, é claro, se você não tiver ABSOLUTAMENTE NADA pra fazer e gostar de rir da desgraça alheia.


Vários coraçõezinhos, dois rabanetes, uma citação de Oscar Wilde e algumas pirocadas para o primeiro que reconhecer a música e postar nos comentários.

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[UPDATE]

Até que enfim alguma boa alma conseguiu acertar o nome da música, puta merda. Eu já estava achando que tocava tão mal que tinha capacidade de transformar uma melodia de metal progressivo em uma música de arrocha.

O nome do culto conhecedor da boa música é o Cafetão Cubano, do Frango Misterioso. Obrigado por salvar-me da vergonha eterna e da chacota alheia, serei eternamente grato.

Toma aí teus prêmios:
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“Se fosse galinha, eu comia.”

~ Oscar Wilde on Frango Misterioso Website
Agora preciso do seu endereço para mandar os rabanetes.

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Vexille no Mundo Real - sem rimar feito o Lipedal

Por Vexille || 23:47:00 || 28 de mai. de 2006
Apesar do que dizem as más línguas, eu não morri ainda. Muito menos atrás de livros. Mesmo sendo um vestibulando com extrema convicção de que vou passar com todas as honras, entre os cinco primeiros do listão, ainda não estudei uma matéria sequer desde o início do ano. Ou melhor, já faz alguns anos. Sei lá, perdi a conta.

Para quem não sabe (isto é, 98,7% dos leitores do Doutor, já que não costumo fazer posts-diarinho), eu devo ser o único vestibulando que, quase na metade do ano, ainda não concluiu o segundo grau. Mas isto é apenas um pequeno empecilho que está prestes a ser contornado, graças ao advento mágico dos supletivos.

Para quem não conhece, começando dois parágrafos quase do mesmo jeito, o supletivo é uma série de provas preparadas especialmente para os vadios que reprovaram demais durante o ensino médio ou fundamental. Eu só reprovei uma vez, mas passei um ano sem ir pro colégio, então também quero entrar na brincadeira.

Parece legal, né? Pois é melhor ainda. Você imagina que uma série de provas, uma de cada matéria (mais "Artes", que colocaram no meio só de sacanagem), valendo um diploma do ensino médio, teria os assuntos mais malignos do primeiro, segundo e terceiro anos. Pelo contrário, foi uma prova feita, de fato, para os vagabundos. Quer um exemplo? Na prova de física, o único assunto será física mecânica. Absolutamente nada de elétrica, termologia, nem de outras físicas das quais eu não me lembro.

Aí é que entra a malícia. Se conseguir um diploma do ensino médio através de uma prova tão ridícula já é uma tremenda MAROTAGEM, fazer um cursinho pra uma prova dessas é quase como xitear o sistema. Ainda mais quando esse cursinho faz um simuladão UM DIA ANTES da prova, com questões de provas anteriores — isto é, ainda por cima, há a possibilidade de se fazer um simulado completamente IGUAL à prova do dia seguinte.

Então lembrem-se, crianças: se você está no primeiro ou segundo ano, saia do colégio, fique vadiando por um ou dois anos, e seja feliz fazendo um supletivozinho.

Mas aí é que tá. Fazer um cursinho desses te faz se sentir um retardado, de vez em quando. Principalmente quando se tem um professor escroto e metrossexual de português. Vejam um trecho não-censurado retirado diretamente do meu caderno, que seria mostrado numa fotinha, se eu fosse rico e tivesse câmera digital:

Substantivo é a palavra que nomeia os "seres". Cinco minutos pro cara explicar este complicadíssimo conceito. Certo, dez minutos agora. "Deus é um substantivo concreto", minha pica. Tá bom, é, mas mesmo assim. Dezessete minutos. Apareceu uma aluna sabe-tudo. "País. País. País é um substantivo? Hein, pessoal?", "um substantivo demostrativo". Aí o cara corrigiu a pronúncia dela. "Demonstrativo."

Enquanto isso, o cara da cadeira ao lado escrevia em seu caderno, ao lado de uma caveirinha mal-desenhadoa: "EZE EH BAYTOLA FODA-SE".

Pausa pros comerciais. Eu não gosto de fazer post sem fotinha, mas minha situaçao atual (que será explicada já já) não me permite procurar uma relevante. Então fiquem com uma do Ron Jeremy.


Pra continuar no clima de diarinho, Murphy resolveu deixar o Atomic em paz por um tempo e vir brincar comigo, do mesmo jeito que brincou com o Pedal e sua pasta. Mas, se for comparar com o que fez comigo, Murphy considerou Pedal e sua pasta café-com-leite na brincadeira. Há alguns meses atrás, me aventurei a comprar algo pelo Mercado Livre. Cerca de 290 reais num MP3 Player de 1gb de memória. O que seria um preço razoável pra época, se não fosse pelos 140 reais que me roubaram na alfândega. Pois então. O aparelhinho de quase 500 reais conseguiu cair do meu bolso, de algum jeito, no ônibus, na volta do cursinho.

Só depois de muito refazer o trajeto de volta procurando em cada buraco da calçada e da rua, e de esperar o ônibus fazer a volta e pedir pra vasculhar o chão um pouquinho, eu aceitei o destino do meu amiguinho.

E, pra finalizar, Murphy resolveu voltar no tempo alguns anos e mover alguns pauzinhos para que inventassem a burocracia, pra me foder sem vaselina em 32 posições diferentes do kama-sutra. Pra encurtar a história, basta dizer que eu estou há mais de duas semanas sem internet, metade desse tempo sem linha telefônica e conectando agora pela dial-up do laptop da minha mãe, já que meu computador é do futuro, e não tem modem dial-up. Mas sexta-feira passada, a mulézinha do 0800 da Velox me deu um prazo de 3 a 5 dias (úteis, claro, apesar de ela não ter mencionado) para que eu possa voltar ao mundo mágico da internets.

A boa notícia: minha humilde internet terá sua velocidade dobrada, graças a uma promoçãozinha delícia da Oi em parceria da Velox, que eu espero que me pague uns honorários pela propaganda aqui. A propósito, se você também usa um serviço vigarista de banda larga como a Velox, que te força a pagar um servidor pra se conectar, use esta malícia: ligue pro seu servidor e diga que quer cancelar a conta. Pura e simplesmente. Não precisa nem chorar, basta dizer que vai cancelar pra ganhar um descontozinho delícia na mensalidade. Depois disso, pegue a diferença entre que você pagava de mensalidade antes e o que você vai pagar agora, e envie para mim. É o preço que eu estou cobrando por esta informação. E agora você já leu. Ajoelhou, vai ter que rezar.

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Lipedal no Mundo Real - Parte 1

Por Lipedal || 01:16:00 ||
Tô em Santo Ângelo. Ia sair festa dos novatos sexta à noite, e churrasco sábado de meio-dia, mas nem um nem outro deu certo, e eu me mandei aqui pra casa.

Nossa, como eu tava com saudades do meu teclado.

Vamos ao ponto. Tava com uma vontade dos infernos de vir pra casa de uma vez e poder escrever um post legal no Dr. D, contando minhas desventuras no Mundo Real e tudo o mais. O problema é que eu me liguei que não são tantas desventuras. Pra mim é um mundo totalmente diferente, morar quase sozinho e tudo o mais, essa semana pareceu durar dois meses, tô deslumbrado. Mas o que eu vou dizer aqui? "Oi, terça eu perdi minha pasta no ônibus kkkkkkk"? Depois da aventura do Atomic na Herbalife, dá até vergonha de escrever qualquer coisa.

Mas vou tentar. Teclado bom do cacete, hein.

...

Segunda-feira tivemos trote. Trote é um negócio sádico que serve para os perdedores do semestre passado descontarem sua raiva e "se vingarem" do trote deles nos pobres coitados que acabaram de chegar na faculdade. Em outras palavras, é uma ferramenta de integração.

Eu achava que o trote seria sexta-feira, ontem, mas os astutos veteranos avisaram no orkut que a parada ia sair na segunda. Eles são bonzinhos, então já avisaram de antemão que era pra ir com roupa velha e que pudesse ser jogada fora. Como os leitores devem saber, eu estava sem acesso à internet até terça-feira. Não precisa ser nenhum gênio pra calcular que fui com minhas melhores roupas pra universidade.

- E aeee bixo! Preparado pro trote hoje?
- Hehehe!
- Só tamo esperando a gurizada.
- Hehe.
- Veio com roupa velha?
- He... Tu tá falando sério?
- Sim, a gente avisou no orkut ontem.
- Putz.

*entra em cena Murilo, meu colega*

- E aí!
- Porra Murilo, tu sabia que o trote ia sair hoje?
- Mas claro, eles avisaram no orkut ontem.
- Putz.
- Eu olhei e pensei "bah, o Felipe deve tá sem internet".
- E tava.
- Mas daí deu preguiça de te mandar mensagem.
- ...

O pessoal foi chegando, entre bixos e veteranos, e perto das 14:30 os carrascos mandaram a gente fazer elefantinho pra ir até a parada de ônibus.

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Ah sim, já ia esquecendo. A parada de ônibus, considerando o tamanho do campus, fica a uma distância considerável, calculo que umas cinco ou seis quadras se estivéssemos andando na cidade.

Óbvio que tinha uma parada bem na frente do Centro de Tecnologia. Mas você não achou que eles iam fazer a gente andar só 50 metros, achou?


Ah sim, as escadarias! Cada degrau parece ser quatro quando se está fazendo elefantinho.

Enfim pegamos o ônibus. Avisaram: "bixo não senta". Todos os calouros sentaram, e até tentei fazer uma revolução gritando "veterano não senta", mas não teria graça. A emoção tá em ser sodomizado sem dó pelo pessoal do segundo ano. Levantamos e fomos em pé até o Parque Itaimbé, no centro de Santa Maria.

Pra começar, um pouco de tinta na cara. Um mais corajoso, que mais tarde cortou o cabelo e depilou a nuca com cera fria, resolveu que seria divertido passar a tinta de um para o outro. Depois de zoarmos o coitado devidamente, colocamos a idéia em prática.


O da esquerda é o macho.

Sem duplo sentido, por favor.

Ele é o cara macho, o que teve colhões pro trote.

Enfim, depois os veteranos sacudiram uns litros de refrigerante e abriram gentilmente perto de nossas caras. Emoção pura, pela primeira vez na vida vi um refrigerante esguichar gás sem ser fechado desesperadamente antes de acabar a coisa. Depois disso fizeram plaquinhas com apelidos. Só eu e o Murilo ficamos sem apelidos, mas nem reclamamos. O Murilo tava preocupado com outra coisa.


Murilo, sinta-se feliz. Você agora é conhecido mundialmente. Ah, já ia esquecendo da depilação em massa. Alguém encontrou uma espátula atirada no gramado, perto de onde um cachorro acabara de devolver à terra o almoço de domingo, e ela foi usada pra passar a cera fria em nossas pernas. Ui.


Note a cara de psicopata do Jesus. Esse cara é foda, só perdendo pra um que anda de casaco do curso e Havaianas, e que largou preguiçosamente um "pô, eu acho Gustavo um nome legal, sabe? Eu queria ser Gustavo", quando um colega quis trocar seu login no Laboratório de Informática.

Durante a depilação aconteceu um fato curioso. Alguém lá no meio fez um comentário sobre quanto a depilação com cera quente deve ser dolorida, se assim já é torturante. Eis que o companheiro Breno exclama: "não, cera quente nem dói!". Em meio às gargalhadas do povo, o rapaz ganhou uma plaquinha com o apelido "cera quente".

Falando nas placas, o colega russo Andrei Mikhailov foi carinhosamente apelidado de Sergay Mylove, um cabeludo ganhou uma armadura de Highlander e um outro, cujo sobrenome foi retirado a pedidos, carregou um Caralho no peito durante algumas horas. Infâmia pura. Ah, sem contar o Visconde. O cara é uma figura. Note a expressão de dor, de angústia:


ANTES


DEPOIS

Esse mesmo rapaz meigo e tranqüilo quase arrancou uma muda de árvore na frente de uma casa mais tarde, já bêbado, e só parou porque alguém disse "duvido tu arrancar o poste de luz".

Bom, depois da depilação e das plaquinhas, ainda despejaram um líquido fedido demais em nossas costas e/ou cabelos. E/ou bundas, caso a vítima fosse meio descuidada. Esfregue um pouco de alho no seu sovaco e despeje o caldo do miojo de ontem no desodorante, misture a gosto, cheire e imagine algo dez vezes pior. Ainda tá fraquinho, acredite. E ainda veio ovo e farinha por cima. A parte divertida foi brincar de carrasco e poder jogar ovo e farinha nos colegas.


Depois disso, cada um ganhou um balão pra encher. Os mais preguiçosos desdenharam e encheram só um pouquinho. Cada um desses se ferrou belamente, porque a atividade seguinte envolvia balões, órgãos genitais e uma criatura de 60 quilos em cima dos dois itens anteriores. Se o negócio não fosse grande suficiente pra estourar rápido, já viu.


Se o balão não fosse grande suficiente. Vocês entenderam.

Ainda teve brincadeira de rodar 10 vezes apoiado num pedaço de pau, pra depois tentar acertar um negócio com ele. O negócio tava pendurado na árvore. Alguém acertou a árvore, arrebentou o pedaço de pau e acabou a brincadeira. Fomos de mãos dadas até uma outra praça, que tinha um bar em frente. Depois disso fui pra casa do Murilo, porque eu nunca iria poder entrar num ônibus daquele jeito. Dormi em Santa Maria mesmo, e dizem as más línguas que a casa do coitado fede até hoje.

...

Como não vou poder escrever um post grande tão cedo, permitam-me continuar com mais aventuras do Mundo Real.

Como devo ter falado em algum lugar aqui e repetido algumas vezes em alguns lugares aqui, tô morando com meus avós, blá blá blá, que fica a uns 30km da universidade. Minhas aulas acabam às 18:30 ou às 20:30, mas só tem ônibus pra voltar pra casa às 19:00 e às 22:30. Sendo assim, nas terças, quartas e quintas eu preciso vagabundear por duas horas até a chegada do ônibus.

E foi na terça-feira que aconteceu o próximo causo, que já citei nos comentários por aí. Era, de acordo com a TV, o dia mais frio do ano. Ou o dia mais frio foi segunda? Não, acho que terça mesmo. Dedos congelados, nariz congelado, órgãos internos congelados, usando uma calça do Grêmio do irmão do Murilo, lá estava Felipe lendo A Vida, o Universo e Tudo Mais no posto da universidade. Depois da aula de Cálculo "A", ler um livro legal com os dedos, o nariz e os órgãos internos congelados era uma bênção.

O ônibus chegou, guardei o livro e entrei, percebendo logo depois que os assentos estavam todos lotados. Larguei a pasta naqueles bagageiros em cima das poltronas e viajei em pé. Viajar em pé a cerca de 120km/h em uma estrada esburacada é uma emoção só, vou te contar. Matei a saudade que eu tinha de surfar na praia. Surf no ônibus é diversão pura.

Mas mesmo empolgado por flutuar a cada buraco da rodovia, não me saía da cabeça que a passagem custava R$4,05 e que eu só tinha uma nota de 50 reais na carteira. Chegando em São João do Polêsine, peguei minha pasta e fiquei esperando o motorista adivinhar em que rua eu queria parar. Ele ficava olhando pra trás, mas eu imaginei que ele tava contando quantos desciam em Polêsine. Mais tarde descobri que só eu descia em Polêsine, e que ele tava olhando pra mim e esperando eu fazer algum sinal sobre quando parar. Mas como eu não percebi isso logo, o motorista acabou parando na frente da rodoviária, a umas 5 quadras da casa dos meus avós, o que nesse caso significa "do outro lado da cidade".

Cheguei lá na frente, larguei a pasta no painel e perguntei pra ele quanto era. "Quatroecinco, de preferência trocado". Pelo tom de voz, "de preferência trocado" soava como "tu não me vem com uma nota de 10 senão tu apanha". Olhei pra nota de 50 na carteira e estremeci. Puxei ela pra fora com um gemido e coloquei sobre a coisa de couro que nos separava, da qual agora esqueci o nome. "MAS AÍ SIM!", ele respondeu gentilmente, num tom de voz que me fez ouvir "ERA SÓ O QUE ME FALTAVA, SEU FILHO DUMA ÉGUA. DA PRÓXIMA VEZ TE ATROPELO, VIU!". O motorista entregou o troco e me despachou pra fora, porque eu já tava demorando demais lá.

Saí aliviado. Talvez até demais. Me sentindo meio leve e tal. "Deixa eu ver se tá tudo aqui: carteira, celular, past... merda". Olhei pra trás e o ônibus já tava dobrando a esquina, em direção à estrada. Comecei a correr como um condenado, o que me fez quebrar uma teoria de terceira série. Parece que foi ontem:

- Felipe, vamo apostá uma corrida?
- Vamo, mas eu ganho.
- Nem ganha.
- Eu corro mais que um ônibus da Efal da linha Santa Maria - Nova Palma, no dia mais frio do ano, sem gorro nem luva e morrendo de fome.
- Meu pai é maior que o teu.

Esse momento, juntamente com muitos outros, passaram pela minha cabeça enquanto o celular voava para o meio do asfalto, enquanto meus cadarços dançavam e meu cabelo sacudia lentamente ao som imaginário de Carruagem de Fogo. Isso na minha cabeça. Para o carro que passava aí do lado, a coisa tava mais pra uma galinha manca fugitiva que tinha problemas de personalidade e achava que era o Sonic. E cujo celular tinha voado para o meio do asfalto.

Fiz um sinal para o carro enquanto corria. Uma cabeça saltou pra fora.

- Que foi, cara?
- PERDI MINHA PASTAAAAA
- Tá, calma, a gente vai alcançar o ônibus e dizer pra ele esperar no posto.

Imagine a cena da corrida anterior multiplicada por três. Três quadras de puro sofrimento, correndo ao longo de uma rodovia sem iluminação alguma, demarcando os limites da cidade. Ou uma galinha manca fugitiva que tinha problemas de personalidade e achava que era o Sonic, o Tails e o Knuckles juntos, como em Sonic Heroes. Cheguei no posto arfando desesperadamente, quase morrendo, enquanto o ônibus sumia na escuridão e o carro me esperava no acostamento. "Beleza, carona até alcançar o ônibus e depois peço pro meu vô me buscar na cidade onde eu for parar". Cheguei do lado do carro, uma cabeça de mulher saltou pra fora.

- Menino, sabe se o Franciel desceu aqui?
- MINHA PASTAAAAA
- Porque ele geralmente desce aqui em Polêsine, só que dessa vez não vi ele.
- AAAAA
- Vai ver que ele tava no outro ônibus, o que veio antes.
- Minha... pasta...
- Bom, tu não deve conhecer o Franciel.
- Não *puf, puf* conheço.
- Brigado então, se a gente ver o motorista do ônibus, digo pra ele deixar a pasta aqui no posto.

E foi embora. Voltei a tempo de ver meu celular tocando no meio da estrada, atender e dizer que já tava chegando em casa.

Até agora tô sem minha pasta.

...

E pra finalizar em grande estilo, uma pérola da série "Coisas que você vê enquanto dá uma mijada no banheiro do último andar":

CHUPASSE PISSA DE ALUNO PAUSUDO OU PROF CANDIA - GURIZAO_SM@HOTMAIL.COM

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Perca Dinheiro Agora! Pergunte-me Como!

Por yusanã || 04:06:00 || 26 de mai. de 2006
Ok, então vamos lá. Suponho que 90 por cento da população brasileira conheça Herbalife, ou ao menos já tenha visto algum adesivo da empresa colado em algum carro por aí. Porém, se você é como nosso amigo Lipedal, que nunca saiu de casa e agora está morrendo de medo de ter que usar o banheiro público da UFSM toda vez que precisar cagar (ouvi dizer até que ele gritou uma vez "Mãe, tô pronto!", mas depois que percebeu a cagada que fez, saiu de lá dizendo que era brincadeira) e não conhece essa multi-nacional, a explicarei resumidamente.

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Se encontrar esse logo, corra. É sério.

A Herbalife é uma empresa de Multi-Level-Marketing, e funciona basicamente assim, você paga uma pequena quantia de 300 reais para se tornar um "Distribuidor Autorizado" e poder vender produtos da marca por aí. Só que na verdade, não é vender os produtos que dá dinheiro, e sim convencer outras pessoas a também entrarem na empresa, pessoas estas que lhe darão dinheiro todo mês por terem entrado abaixo de você. Enfim, vocês já entenderam, é o famoso esquema de Pirâmide. Se você nunca ouviu falar disso, funciona exatamente igual a sites de paid-to da internet. Um exemplo? A cada pessoa que se registrar no Dr.Click por esse link, eu ganho $0,2 dólares e mais 10% de tudo o que a pessoa ganhar. Já nesse link, você pode jogar um joguinho online bem legal, e ainda doar alguns centavos para mim. Entenderam agora?

Enfim, semana passada um amigo (que recentemente virou distribuidor dessa merda) me convidou para ir até um Hotel numa cidadezinha aqui, dizendo que era tudo de graça e que tinha ganho a viagem e podia levar um acompanhante. No começo me pareceu meio gay ele querer me levar para passar um fim de semana inteiro com ele num hotel e tal, mas levando em conta que ele também é nerd e que não tem nenhuma mulher para levar, achei que não teria o menor problema.

Só depois que eu já estava com as malas prontas que ele me disse que na verdade iríamos para uma convenção da Herbalife. Eu cheguei a ficar com um pé atrás, mas depois que me certifiquei que teria comida, cama, piscina, salão de jogos e sauna de graça por dois dias, aceitei sem pensar nas consequências.

Acordei sábado às sete horas e fui até o ponto de encontro, onde nos encontraríamos com uma outra vendedora (que mais tarde descobrir ser na verdade uma, oh, supervisora!) e também nossa carona. Assim que nos encontramos eu tive uma prévia do tipo de gente que encontraria mais tarde: um enorme adesivo da Herbalife na traseira do carro, e um outro ainda maior com os dizeres "Se Deus é por nós, quem será contra?". Aliás, essa frase sempre me pareceu um selfowned por parte dos crentes. É algo como "Com um amigo desses, quem precisa de inimigos?".

Enfim, divago.

Acho que assim que a mulher me viu ela também não deve ter tido os melhores pensamentos. Algo como "PUTA QUE PARIU!!!1#%@¨& QUE DIABO É ESSE GORDO CABELUDO VINDO NA DIREÇÃO DO MEU CARRO? TRANCA A PORTA FILHO!". Mas depois que ela viu que eu realmente era convidado, ela teve que me aceitar. Acho até que ela deve ter ido confessar depois:

- Perdoe padre, eu pequei. Dei carona à um filho de Satã.

- Oh minha filha, esse é um pecado grave. Dê-me meia hora com seu filho mais novo que tudo estará normal novamente.

Perdão, divago novamente.

Chegando ao Pratas Termas Hotel vocês podem imaginar o enorme números de olhares que eu recebi do povo engomadinho. Todo mundo de terno, cabelo e barba feitos, porte de vendedor e muito dinheiro no bolso e eu de camiseta e havaianas, louco pra pular na piscina. Assim mesmo que eu me sinto em casa, eu estranharia se as pessoas ao meu redor gostassem de mim, sério. Pedimos um quarto duplo, subimos, e meu amigo explicou-me o roteiro da convenção: 4 horas de palestra durante as manhãs, e ócio completo durante o resto dos dias.

Agora vamos lá, tirando a parte do ócio, que todos vocês devem conhecer bem pra caralho, vou contar logo como foi a porra do encontro.


Atomic e o "Sistema de Treinamento para o Sucesso"!

Êlaia! Começamos bem! Eu não consigo imaginar um nome mais pretencioso que esse para simples palestras. Na verdade, até minutos antes do início, eu não tinha certeza se estava lá como um possível futuro empregado da Herbalife, ou se apenas acompanhando meu pobre amigo. Essa dúvida foi sanada assim que um dos já empregados que faziam parte da organização do evento chegou para mim e começou o questionário.

- Qual teu nome?

- Porra vou ter que soletrar essa merda, quer ver? Yusanã Mignoni.

- Oi?

- Não, disse? Porra. É assim ó: Y-U-S-A-N-A Com tio no A. Não, porra. Tio, não circunflexo. Isso.

- Tu trabalha?

- Não.

- Qual a renda da tua família?

- Ah, sei lá. Meu pai deve ganhar uns 2 contos, por quê?

- Sério? E é só teu pai que trabalha na tua casa? COMO VOCÊ CONSEGUE VIVER COM TÃO POUCO?

Porra, se fazer isso em público não tem o intuito de envergonhar a outra pessoa, não sei o que pode ser. Minha vontade na hora foi a de tirar a piroca e bater na cara daquela vadia até ela dizer chega. Mas eu pensei no restaurante, na piscina, na sauna, e acabei mantendo os modos. Nessa hora eu já tinha entendido que eles queriam me transformar em um revendendor. Deixei a mulher falando sozinha e fui sentar em uma das cadeiras do Salão de Eventos.

Enquanto eu me perguntava que diabos eu estava fazendo naquele lugar, uma música muito alta começou a tocar no salão. Mal tive tempo de me recompor e tive outra visão do inferno: ao som de Patrick Hernandez - Born to be Alive, dezenas de revendedores Herbalife estavam em cima do palco dançando coreografadamente. Acho que isso resume toda a porcaria que é essa empresa.

Passei oito horas do fim de semana ouvindo histórias de sucesso, e de como todas aquelas pessoas eram felizes por terem a herbalife em suas vidas. Para cada explicação de funcionamento de produto, vinha um José dizer que saiu da cidade de Chubiruba do Nordeste e que graças à Herbalife hoje ganha 5 mil reais por mês. Todos que subiram ao palco, tiveram a chance de mostrar que tinham carros e casas caríssimos graças à Herbalife. E lembre-se: Com a Herbalife, você quer, você pode!

E as apelações não paravam por aí. No melhor estilo R.R. Soares, o palestrante descia do palco com o microfone e saía pedindo para as pessoas como a Herbalife transformou suas vidas:

- Eu era gordo e ninguém gostava de mim, né? Aí um dia eu comecei a tomar Herbalife, né? Aí hoje eu perdi vinte quilo! Tô mais feliz, e não tenho vergonha de sair de casa, né?

E o pastor, digo, palestrante continuava:

- Olha só gente, vamos dar um viva à Herbalife!

E os fiéis gritavam enquanto alguém aumentava o som com alguma música Disco dos anos 70:

- VIVA!

- Meu marido pesava mais de 100 quilos, sabe? Não tinha mais disposição pra nada, tava cheio das doença, sabe? Aí ele pegou cancêr de próstata e todos os dotô falaro que ele não tinha cura, sabe? Aí um amigo nosso mostro os produto e ele começou a tomar. Aí ele perdeu déiz quilo em dois mês e se curou do cancêr!

- VIVA!!!

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Representação Artística da minha cara durante a pérola.

Cara, vocês podem achar que eu to inventando isso, mas por mais triste que pareça, o negócio é sério. Por três ou mais vezes, eu ouvi relatos de curas de cancêr por causa de um simples suplemento alimentar. Eu tenho minhas dúvidas, mas acho até que esse tipo de propaganda é ilegal. Mais tarde, o presidente do evento explicara que não é uma escolha inteligente apenas comprar o distintivo de distribuidor e revender produtos, é preciso investir três mil reais em produtos e tornar-se logo um supervisor! Como você vai vender tanta coisa depois? Foda-se! O importante é que seus três mil reais distribuíram-se entre todos aqueles que estavam no palco dançando anteriormente.

Qual o problema do povo em pensar um pouco, hein? Eu fico surpreso como um bom papo pode iludir centenas de milhares de pessoas a ponto de acreditarem que um simples suplemento alimentar é a invenção do século 21. Ao final dos dois dias de mentiras, falácias e histórias fantásticas de emagrecimento, 80 por cento do pessoal novo que estava participando, já tinha decidido tornar-se um supervisor e passar o resto da vida angariando mais fiéis a causa da Herbalife.

Minha vontade foi a de subir no palco e explicar algumas coisas para aqueles babacas: Por que será que eles mostram a vida de todos os revendedores como sendo perfeitas? Será que eles estão tão animados assim porque venderam todo o estoque do mês ou porque precisam se enganar para realmente ganhar algum dinheiro daquelas pessoas? Será que a Herbalife é realmente o segredo para dinheiro rápido? Porra, segredos para dinheiro fácil costumam ser trancafiados em cofres de segurança máxima ou em e-mails criptografados, ou você conhece algum? Se um grupo de pessoas descobrisse como ficar rico, eslas escoderiam o esquema para si, e não sairiam distribuindo panfletos de "GET RICH NOW!" para qualquer zé ruela. Será que é tão difícil perceber que o mercado já está saturado? É só procurar por Herbalife no Google para ter uma noção da quantidade de lojas online revendendo os produtos. Será que é tão difícil perceber que a porcentagem de sucesso de um negócio desses beira o zero absoluto? Será que a média de sálario em 3 meses é mesmo de 2000 reais como eles dizem?

Ok, vamos pensar um pouco: segundo eles, "cada distribuidor consegue em média, e com facilidade, outros três distribuidores a mais por mês. Esses três irão te dar dinheiro, e conseguir mais três cada. Os nove se transformarão em 27, e com esse número de distribuidores, você ganha 2000 reais sem precisar trabalhar!' Agora vamos tirar a prova. Se no final de três meses, uma pessoa se transforma em 27, então no final de 18 meses uma pessoa se transforma em:

387.420.489 pessoas

E no final de 36 meses?

150.094.635.296.999.121 pessoas

Porra, sabemos que isso não pode ser verdade. Afinal de contas, a empresa existe há mais de 10 anos, e eu ainda conheço pessoas que não são vendedores Herbalife. Faça a conta aí. Então, será mesmo que é tão fácil conseguir distribuidores e ganhar dinheiro com isso?

Enfim, antes de encerrar as atividades, colocaram uma música no fundo que repetia ad nausea
"Vai dar tudo certo!" enquanto as pessoas se abraçavam e desejavam sucesso umas as outras. Me senti dentro de uma Igreja Quadrangular do Reino de Deus. Nunca mais chego perto de nada que tenho o nome Herbalife ou Multi-Level-Marketing de hoje em diante, seja um adesivo de um carro, um revendedor, um copo de suplemento ou o caralho. Não quero fazer parte de nenhuma religião e muito menos enganar a população.

P.S: Ah sim, eu perdi 23 quilos ano passado sem precisar tomar Herbalife! Oh noes! Vou revender meu método através do Multi Level Marketing.


Para mais informações:
Herbalife na Wikipédia
What's Wrong With Multi-Level Marketing?

Ten Big Lies of Multilevel Marketing

Exemplos de sites de revendedores desesperados:
Perca Peso Agora
Tire o Pé Da Lama

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Procura-se:

Por yusanã || 17:00:00 || 25 de mai. de 2006
Aí, alguém viu por onde anda minha criatividade? Se alguém a vir, pede pra ela trazer minha vontade de escrever também.

É sério. Eu pago bem.

[UPDATE]

Como eu tinha dito, eu passei o fim de semana em hotel com tudo pago pela Herbalife e queria escrever sobre o negócio. Mas não vai ter graça se vocês não conhecerem a empresa. Portanto, utilizem a caixa de comentários me dizendo se vocês já ouviram falar da tal "Herbalife" e o que sabem sobre ela.

Rápido.

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Tomando um arzinho

Por Lipedal || 21:29:00 || 23 de mai. de 2006
Como previ antes de entrar em criogenia, o pior aconteceu: o computador na casa dos meus avós tá com problema. No Power. Mais ridículo impossível, mas como o PC não é meu, não pude dar uma fuçada esperta nele. Então fiquei até hoje sem internet, no máximo entrando por uns 15 minutos nas (caras) LAN Houses. Pensando agora, não parece que faz uma semana que joguei Blockland com Atomic, Lord Zero e Sirius Black. Parece um mês, no mínimo.

Sério, o Mundo Real é mais cruel do que eu imaginava. Por um lado me sinto finalmente em férias: durmo cedo, acordo tarde, jogo videogame, leio meus livros, ASSISTO TV. O Mundo Virtual tirava todo meu tempo, destruindo essa rotina de quinta série que eu tanto amava. Agora me sinto em férias, depois de alguns anos sem respirar ar puro ou assistir desenho.

Por outro lado, como reportei ao Vexille em uma mensagem por celular, o Mundo Real me pregou algumas peças:

- PC estragado;
- Avós indo dormir às 21:00 no domingo, fazendo com que eu tivesse que apelar ao Fantástico;
- Trote ontem, com direito a uma estranha substância que tá fedendo no meu cabelo até agora;
- O fato de que eu não sabia que o trote seria ontem, o que me fez ir com roupas boas pra aula;
- O fato de que eu tive que passar a noite na casa de um amigo meu aqui em Santa Maria, usando roupas dele, o que me faz lembrar que tô com uma calça do Grêmio nesse exato momento;
- O fato de que eu deixei a casa do meu amigo fedendo;
- Saudades da família e da namorada;
- R$9,10 por dia pra vir e voltar pra São João do Polêsine, lar dos meus avós, onde eu tô morando;
- Torrada a R$2,00;
- Mãe, pai e avô telefonando algumas vezes por dia enquanto eu tô na aula. Mesmo que eu deixe claro que o celular fica silencioso durante a aula, eles insistem em gastar 20 segundos da ligação durante o intervalo pra dizer "Ei, te liguei e não atendeu!";
- Lembrando que "o intervalo" pode significar os 20 minutos normais a cada duas horas OU umas 2 horas e 20 minutos, dependendo da disponibilidade dos professores;
- Aula das 13:30 às 20:30, sendo que umas 3 horas são gastas só em intervalo ou em vadiação porque algum professor faltou;
- Ônibus de volta pra Polêsine às 22:30, o que me faz ficar esperando durante algumas horas no posto.

Quanto ao último item, eu felizmente descobri o Laboratório de Informática hoje. Agora sempre que eu tiver que esperar o ônibus das 22:30, dou uma passada por aqui. No momento tô num computador ruim, num laboratório que fecha às 21:15. São 22:00, não me pergunte como eu tô aqui e nem o que devo fazer quando sair. Não faço a mínima idéia, acho que vou desligar esse PC e deixar tudo aberto.

Outra boa notícia é que como bons nerds estudantes de Ciência da Computação, teremos logins que servirão como identidades virtuais. De acordo com um professor, que até agora repetiu o que eu vi em Piratas do Vale do Silício, a maioria de nós acabará sendo reconhecido pelo nick, e não pelo nome. Ponto para o Mundo Real. Não queria deixar Lipedal cair no esquecimento.

E acho que por hoje é só. Xile, boa sorte no Supletivo. Atomic, mantenha-se forte, não precisa postar diariamente, creio que um post a cada dois dias tá ótimo. De qualquer modo, ontem mandamos o PC pra consertar, então com PC e Laboratório de Informática é bem provável que eu consiga voltar a postar mais freqüentemente no Doutor Divago.

Beijinhos =*

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Ooops.

Por yusanã || 14:08:00 || 22 de mai. de 2006
Ok pessoal. Se vocês gostam mesmo das consultas do Doutor Divago, torçam para que aqueles dois nerds voltem logo à vida normal. Eu não tenho capacidade e nem criativadade de levar um blog sozinho. Se já era difícil sair um texto legal quando eu tinha um bom tempo entre uma postagem e outra, imaginem agora tendo que postar diariamente.

Enfim, até eles voltarem com textos de verdade, e eu conseguir escrever algum, vou ficar enxendo enchendo vocês com linguiças sempre que puder.

Ah, querem saber porque eu estava fora da minha vida de nerd desde sexta-feira? Então, naquele dia eu fui obrigado a trabalhar por migalhas para o meu tio mais uma vez e fui viajar no fim de semana. Ah sim, vocês (ou pelo menos a maioria de vocês) não sabem das minhas histórias no escritório do meu tio. O negócio é o seguinte, sempre que ele viaja eu fico cuidando do escritório dele. Só que o negócio lá é tão parado que eu suspeito que aquilo funcione apenas como lavagem de dinheiro e meu tio seja um traficante, sei lá.

Imaginem que em mais de 8 horas de trabalho, eu atendi dois telefonemas apenas, e que no resto do tempo eu cocei o saco e brinquei de amassar papéis e jogá-los no lixo. Ah, lembrei de uma coisa que exemplifica bem o que é trabalhar naquele lugar. Há quase um ano eu escrevi um texto lá do escritório mesmo e acho que vocês podem dar algumas risadas com ele (apesar de estar horrivelmente mal escrito).

Então, fiquem com esse textinho meia-boca enquanto eu escrevo sobre meu final de semana numa convenção da Herbalife.

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Murphy, eu te odeio

Puta que o pariu. Desculpem o palavrão, mas é que não deu pra segurar.

Deixa eu contar o que acabou de me acontecer: Hoje, as 7 da manhã, fui acordado pela minha mãe, mandando-me ir trabalhar. Não, eu não trabalho, mas é que por uma obra do acaso acabei precisando vir cuidar do escritório do meu tio, só por hoje. Notem o horário do último post, e tentem imaginar como eu estou com sono. (Nota: pela qualidade do texto, eu deveria ter ido deitar uns 10 minutos antes.) Tudo bem, isso não é nada, só tenho que atender uns telefonemas, anotar recados e coisas do tipo.

Ainda que tivesse que fazer isso, mas o dia foi (e ainda é) um tédio total. A manhã inteira eu passei um inútil, só servi para receber um malote e nada mais. Imaginei que a tarde seria um pouco mais agitada, mas estava enganado. Até às 3 horas, estava o mesmo inútil. Mas Murphy, de algum lugar, de algum cantinho do universo, estava me espiando, preparando uma agradável surpresa para mim. Sim, essa é a única explicação lógica para o que me aconteceu.

Precisamente às três horas e vinte minutos precisei ir ao banheiro. Achei que não teria nada demais levando em consideração o fato de que nenhuma viva alma entrou pela porta do escritório o dia inteiro. Porém Murphy, o maldito bastardo, provou que eu estava errado. Foi só o tempo de eu terminar de esquentar a louça do sanitário e escolher uma posição cômoda para o ato, que o improvável aconteceu.

"Tocou o telefone? Chegou alguém?"

Pior que isso. Tocou o telefone e chegou alguém. Sim, concomitantemente.

Por um momento até pensei em me fingir de surdo e continuar a minha atividade. Mas no fim resolvi ser útil e trabalhar pelo menos uns 10 minutos durante o dia. Enquanto praguejava e tentava colocar as calças no lugar, ouvia o telefone tocar incansavelmente e o bater na porta recém-trancada. Tentando ser simpático, mas sem conseguir esconder a bellyache-face, abro a porta com um "Só um momentinho" e atendo o telefone:

- Alô? É da rodoviária de Chapecó?

Se o telefone fosse meu e não tivesse ninguém olhando, eu juro que atirava na parede mais próxima.

- Não, o senhor deve ter discado o número errado.
- Ahnn... Tu tem o telefone da rodoviária de Chapecó?
- Não senhor. Eu tenho que desligar. Tchau.

Voltando-me para o espécime parado à porta:

- Sim?
- Aqui é o consultório do Doutor Agnaldo Laerte?*

Tive que fazer um teste de auto-controle para não perder a compostura, vai ver só consegui continuar educado porque eu não achei nada pontiagudo e/ou pesado o suficiente para atirar na direção dela. Porra, não conseguir distinguir um escritório de um consultório médico, é caso para internação.

- Não senhora, aqui é uma empresa de formulários.
- Ah desculpe, deve ser do outro lado então. Obrigado.

Voltei para o banheiro me sentindo o mais inútil, idiota e enganado dos homens. Como é possível dois enganos desses acontecerem ao mesmo tempo? E bem na hora que eu estava preparado para o número 2? Não pode ser coincidência. Murphy rege o universo. Eu acredito nisso, acredito que nada no mundo é por acaso, tudo acontece apenas com o propósito de satisfazer os desejos sádicos e cruéis de Murphy. Ninguém está livre da sua Divina Providência.

Murphy, eu te odeio.

P.S.: E só para adicionar mais peso à minha tese: enquanto escrevia isso, o P133 do meu tio travou e eu tive que começar do zero duas vezes. Não preciso comentar mais nada, preciso?

* Nome fictício, é claro, eu estava muito apertado para conseguir armazenar qualquer informação no meu cérenro aquela hora.

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E se alguém comentar com "tá errado seu bocó! é 'murphy, odeio-te!'" eu dou uma surra de pau mole.

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Em um buraco no chão vivia Vexille

Por Vexille || 12:30:00 || 20 de mai. de 2006
Mas aí um dia sua mãe foi transferida, e ele voltou pra civilização, em Recife.

Mas em meio ao processo de mudança, ele continua falando de si mesmo na terceira pessoa, e está vivendo agora numa casa que se encontra com mais caixas de papelão do que azulejo no chão e, pra não parar de rimar, é a alegria da nação. Tá bom, parei. Ou não.

Mas quando ele voltou a falar de si mesmo na primeira pessoa, eu explico que também estou sem computador, sem telefone, sem internet, água potável na geladeira e sem a chave de fenda que eu uso pra ligar a TV, que tá com o botão quebrado.

E como o serviço e atendimento da Telemar é uma coisa deliciosa, há mais de dois dias que não removeram o modem da Velox, que tá lá em João Pessoa, na casa fechada. E, só pra ser legal, tão complicando pra instalar uma nova linha na nova casa, porque tão dizendo que consta que o CEP é do bairro de Candeias, quando a casa é em Piedade. E depois que essa putaria toda se resolver, vocês ainda terão que esperar mais 72 horas para que instalem a Velox (porque modem dial-up é coisa de fresco). E por "instalem", leia-se "traz o modem e me dá, que eu faço o resto".

Até lá, se contentem com os contos homoeróticos do anão nórdico franco-anglo-irlandês.

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Histórias que apenas um 'Anão Irlandês' pode contar:

Por yusanã || 13:34:00 || 18 de mai. de 2006
Pessoal, vamos deixar uma coisa bem clara aqui: eu sei que aquela porra não é um kilt e nem ao menos se parece com um. Como eu disse, eu comprei uma saia qualquer, numa loja de roupas femininas. Portanto, parem de me enxer as bolas e vão cuidar dessas merdas que vocês chamam de vida.

E para quem me perguntou se eu tive coragem de sair com aquilo na rua: é claro que eu tive, porra! Se eu não o tivesse feito, não teria histórias para essa série de posts. Aliás, deixa eu começar a contá-las logo porque eu já enrolei demais.

Histórias que apenas um 'Anão Irlandês' pode contar:
Capítulo 1 - American Beauty


Logo em uma das primeiras semanas que eu adquiri minha vestimenta eu resolvi ir a uma festa com ela. O.K., não era exatamente uma festa, eu admito. Era uma janta em comemoração ao aniversário de um outro amiguinho nerd, portanto só existiam outros nerds estranhos no local. O único que não se encaixava na definição acima era o pai do aniversariante. Enquanto todos os nerds deram um pouco de risada e logo depois esqueceram do fato, o supracitado ficava me olhando de canto enquanto assava o churrasco. Juro que uma hora eu pensei que ele pegaria um espeto, correria na minha direção e acertaria-me no estômago, ao mesmo tempo em que gritaria "Eu acertei o Troll! Corram enquanto é tempo!". Mas como ele não sabe o que é um troll, e muito menos que são perigosos, ele só ficou me encarando durante um bom tempo.

Aquela situação incômoda permaneceu durante um bom tempo, até que uma hora ele resolveu me chamar para conversar. Depois de pegar uma pedra no jardim e lascá-la, fui até ele:

- Pô rapaz, legal essa saia aí.
- Nhé... (Ou outro grunhido característico)

...Silêncio...

- Pô. Vem aqui um pouquinho.

Apertei a pedra o mais forte que pude, para ter certeza de que ela ainda estava lá, e resolvi segui-lo. Assim que entramos no seu quarto ele trancou a porta e começou a tirar as calças. Nesse momento eu pensei que ele quereria me comer ou coisa do tipo, e já comecei a pensar em como explicaria para meu amigo porque tinha matado seu pai com 238 pedradas no peito. Não sei o que seria pior, perder o pai no dia do aniversário ou descobrir que ele era gay.

Enfim, quando eu já tinha decidido que cumprir pena na Febem por assassinato seria melhor do que perder a virgindade do ânus (mesmo que no fim das contas, seja quase a mesma coisa) e já tinha até levantado a pedra para dar na cabeça do pederasta ele se assusta e fala:

- Porra cara, pera aí! Sem viadagem, sem troca-troca. Não sou viado, não. Mas me empresta tua saia só um pouquinho para mim ver como é que é?

Passado o susto, e com meu nível de adrenalina ao normal novamente, resolvi então entrar na brincadeira e trocar as vestimentas com ele. Agora imaginem só, se o negócio já é estranho comigo dentro, imagine num cara uns 8 números maiores que o meu. Além de a porra não fechar, ficava quase para cima dos joelhos.

- Pô, ficou legal, né?
- Nhé... (Ou outro grunhido característico)
- Depois eu te devolvo, beleza?
- Nhé... (Ou outro grunhido característico)

E assim permanecemos o resto da festa. Ele ainda passear e ir até o mercado comprar bebidas com minha saia, enquanto eu segurava as calças 8 números maior para não mostrar minha cueca para todos.

No fim da festa ainda tive que dar o endereço da loja para o cidadão ir lá comprar a sua.
E depois eu que sou estranho.

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Sem Vexille e Lipedal eu não tenho vontade de postar

Por yusanã || 19:18:00 || 17 de mai. de 2006
Ainda sobre meu último post e o fato de eu usar saias. Aconteceu agora mesmo, e é mais uma demonstração do que eu passo por gostar de criar o bicho solto no meio da rua.

matheus diz:
olha como as coisas são muito diferentes aqui
matheus diz:
http://gonline.uol.com.br/livre/gnews/html/gnews3464.shtml

(Para vocês não precisarem acessar a GayOnline, reproduzirei a notícia aqui:

Nova Iguaçu: Justiça decide que travestis têm direito a usar provador feminino em lojas

O 1º Juizado Especial de Nova Iguaçu (Estado do Rio de Janeiro) negou o pedido de indenização movido por uma cliente da Loja Riachuelo, que se sentiu ofendida pelo estabelecimento ter permitido que uma travesti usasse o provador feminino.

O parecer foi do juiz Alexandre Guimarães, que salientou que, acima de tudo, deve ser respeitado o direito a dignidade do ser humano e impedida a discriminação por orientação sexual. “O princípio da dignidade da pessoa humana assegura que, somente em hipóteses excepcionais, podem ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem que seja menosprezada a estima que merecem todos os seres humanos”, disse Guimarães...

matheus diz:
não, eu não visito esse site.
me mandaram

Atomic Garden diz:
Hmm, sei lá, gostei da decisão.

matheus diz:
sim
matheus diz:
mas nego aqui processa por ver travesti no provador
matheus diz:
e aí vc entrou normalmente

Atomic Garden diz:
adjklashdlkajsdhasljkdhasjkdhaskljdah
Atomic Garden diz:
filho da puta

Viram só? Só mais uma prévia do meu próximo post, que contará o que eu já passei no, argh, MUNDO REAL quando saí por aí usando aquilo. (Leia-se, mais uma enxeção de linguça até eu criar vontade e terminar aquela porra.)

Aliás, pessoal, estou triste por estar sozinho aqui. Esse pessoal que quer sair de casa para ser alguém na vida me dá nojo. Eu continuarei firme e forte na minha vida de vagabundo blogueiro tentando postar algo decente por aqui de vez em quanto.

Tomara que eles voltem logo. :(

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Criogenia Virtual

Por Lipedal || 15:53:00 || 16 de mai. de 2006
Leitores, amigos, leitores amigos, amigos leitores, aurélio, tenho um importante comunicado a todos vocês. Amanhã entro em um período de criogenia virtual. Lipedal morre e só volta daqui a uns tempos, sabe-se lá quando. Mas não chorem ainda, a máquina de congelamento tá com defeito, então vez ou outra eu apareço pra dar um oi.

Sério agora, faculdade começa quinta-feira e eu tô indo pra casa dos meus avós amanhã. Essa casa fica em uma cidadezinha perto de Santa Maria, e lá tem um Pentium III 800Mhz com conexão discada e X-COM: UFO Defense. Até eu arranjar alguém pra dividir apartamento na metrópole, nada de ADSL. Isso pode demorar um mês, dois meses, na melhor das hipóteses duas semanas, e durante esse tempo tentarei dar uma entrada no Dr. D sempre que meu bom senso permitir atrapalhar a novela com o barulho chato do modem. Na pior das hipóteses não arranjo ninguém pra dividir apartamento, cortam a internet e eu tenho que me contentar jogando X-COM até 2011.

Como vocês podem perceber, o Vexille também foi congelado. No Mundo Real, Guilherme se mudou e vai ficar cerca de uma semana sem internet. Só o Atomic se mantém vivo e forte, e vai sustentar o Dr. D com posts encheção de lingüiça até que a coisa volte ao normal. Tommy, boa sorte.

Ah sim, era pra eu ter feito esse post de despedida ainda ontem, mas uma força maior me impediu.

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Leia "força maior" como "a tentativa de fazer uma piscina com um trampolim de LEGO com Atomic, Sirius e Lord Zero". Assim é Blockland, começa com um trampolim e logo você tem a maior rede de oportunidades de suicídio já vista no mundo.

Bom, então é isso. Tinha planejado um post grandão, mas sou ruim em despedidas. Ah sim, se tem algum leitor da UFSM aqui, favor comentar com um "oi". Tava pensando em me apresentar como Lipedal na faculdade, mas é melhor evitar.

- Eu sou o Felipe, vim de Santo Ângelo, tenho 9 graus de miopia e por isso sou o único daqui sem óculos. Ah, sou conhecido virtualmente como Lipedal.
- Lipedal do Doutor Divago? - uma mãozinha se ergue na multidão.
- Esse!
- Cara, adorei teu vídeo com aquela entrevista com o povo americano.
- Ah, tô ligado. Aquele foi tirado de um outro blog, o Disculpen las Molestias.
- Loooool!

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A Festa do Cálice Verde

Por Lipedal || 14:50:00 || 14 de mai. de 2006
Nandão tinha um blog relativamente conhecido na área de tecnologia e nerdices em geral. Era um rapaz respeitado no mundo bloguístico, tendo até um ou outro fã tarado pelos seus posts. Ele nunca havia conhecido nenhum amigo virtual pessoalmente, e os motivos eram claros: no Mundo Real, Nandão era Fernando, um garoto alto e magro de 20 anos, conhecido por ficar vermelho ao olhar para meninas e por ter o andar parecido com o de um pingüim. Sua mãe o chamava de Fêr.

Então não foi sem certo aperto no coração que Nandão leu um e-mail convidando-o para a já muito falada Festa do Cálice Verde. De acordo com o que lera até então, a Festa do Cálice Verde prometia reunir os maiores (e os medianos) blogueiros do país em um amplo salão de festas nos arredores de Campinas. Nandão engoliu em seco. Já havia ouvido de tudo sobre o evento, desde teorias conspiratórias sobre extermínio violento do "movimento blogueiro" até boatos sobre um suposto chá aluginógeno que faria a festa dar lugar a uma orgia de proporções megalômanas. O que ele nunca imaginou é que seria convidado.

No fim das contas, pensou Nandão, a festa não ia ser tão estranha, considerando que seria uma projeção de seu ambiente virtual no Mundo Real. Muitos de seus ídolos estariam lá, e quem sabe até fãs. Aceitou o convite.

No dia marcado, Fernando se produziu como nunca. Passou até o desodorante roll-on de seu pai e um creme para cabelos da irmã mais velha. Ouviu pela primeira vez a mãe recomendar-lhe que tivesse juízo, e então entrou no táxi. O tímido menino mongo não conseguiu puxar assunto com o motorista, então foi quieto e vermelho até a rua do salão de festas.

De longe Fernando ouviu a música eletrônica ditando o ritmo de seu coração. Desde os tempos de colégio não entrava em um lugar com mais de 5 pessoas. Talvez uma faculdade pudesse ter lhe feito bem, mas não, "meu Fêr vai ficar em casa".

- O-oi, eu sou o Nandão, do Hi-Nerd...
- O porteiro é aí do lado, cara.

Se apresentou devidamente ao porteiro, tremendo como não seria possível no amigável mundo virtual, e entrou. Imaginava um encontro cult de pessoas conversando em mesas ao redor de uma piscina, mas isso foi exatamente o oposto do que ele viu. Luzes acendiam e apagavam mais rapidamente do que os temidos gifs piscantes de MSN, com a diferença de que dessa vez ninguém reclamava. Ele já tinha visto isso num vídeo da internet. Nele, uma garota bêbada confessava que queria copular com todo e qualquer ser do sexo masculino que visse pela frente. Fernando sentiu o coração subir à garganta. Um rapaz gingando ridiculamente se aproximou dele e gritou a plenos pulmões:

- Cê não é o Nandão do Hi-Nerd?
- Quê?
- Cê não é o Nandão do Hi-Nerd?
- Ah, sim! Sou eu!
- Looooool!

O rapaz foi embora, com um dedinho pra cima e gingando mais ridiculamente ainda. Nossa, como Nandão odiava quem falava "lol" no Mundo Real. Encostou-se na parede.

Após cerca de duas horas de música eletrônica repetitiva, um homem com uma máscara verde carregando um cálice vazio subiu ao palco e foi iluminado por todas as luzes, que pararam de piscar. A música assumiu um tom tenso. Ele pegou o microfone e saudou seus convidados. Após um breve discurso sobre a importância do Movimento Blogueiro no cenário mundial, o homem tirou a máscara e despejou o conteúdo verde dela dentro do cálice que portava. "E eis o Cálice Verde!", bravejou, enquanto as luzes do salão acendiam-se e bandejas suspensas desciam do teto cheias de taças portando a mesma bebida esverdeada que o homem misterioso acabara de apresentar.

Fernando estendeu a mão para a bandeja mais próxima e cheirou o conteúdo do cálice. "Merda, álcool", pensou. Teria que ficar sem beber o símbolo sagrado da festa, mas ainda devia haver muitas coisas que ele poderia aproveitar. Não, não devia. Enquanto todos gritavam entusiasmados e secavam seus primeiros cálices, ele se dirigia à saída do salão. Ficara com sede, e estranhamente não via nenhuma outra bebida à venda nos bares do lugar. No caminho um homem o parou, gritando em seu ouvido:

- Ei, não é o Nandão do Hi-Nerd?
- Esse mesmo.
- Cara, adorei teu post sobre o Red Hat!
- Ah, aquele foi tirado de um outro blog.
- Hmm... Tô ligado... Vou lá ver se eu encontro um amigo, falou!

Fernando conversou com o porteiro, num gesto súbito de coragem, e recebeu um carimbo no braço pra provar que era convidado na hora que voltasse. Andou pela quadra, tremendo de frio e de medo de assaltantes ou estupradores, e por fim achou um bar. Comprou uma garrafinha de guaraná e voltou para a festa. Entrou, mostrando o carimbo, e logo foi chamado por um cara perto do banheiro. Fernando foi lá apenas pra ouvir um "opa, foi mal, te confundi com um amigo". Quando voltou a garrafa estava pela metade. O Mundo Real era mais cruel do que ele imaginava. E ele era mais ingênuo do que o Mundo Real imaginava.

A festa durou mais algumas horas. Todos já balançavam ridiculamente, com gestos de "quero laçar um touro" e de "oi estou te encoxando". O garoto nerd ficava imaginando o que levava seus blogueiros favoritos, aqueles caras sérios, sarcásticos e críticos, a agir como cachorros. A parte de cheirar os traseiros alheios já estava acontecendo por todo o salão, só faltava alguém levantar uma perna e mijar na parede. Um homem ali perto baixou as calças, levantou uma perna e mijou na parede. Fernando sorveu mais um pouco de sua garrafa de bebida não-alcóolica, provavelmente a única dentro daquele lugar.

De repente, em um piscar de olhos, a música parou. Um silêncio ensurdecedor percorreu os ouvidos de todos os presentes. As criaturas dançantes, que há algumas horas poderiam ser classificadas como pessoas, caíram todas no chão com um baque surdo, seguido pelo barulho dos cálices se espatifando por todos os lados. Três ou quatro pessoas quietas encostadas nas paredes permaneceram de pé, com olhares assustados. Fernando viu o homem da máscara, juntamente com o porteiro e alguns sujeitos de terno, saindo do salão às pressas e entrando em uma van, que logo sumiu de vista. Os poucos e tímidos sobreviventes gritavam horrorizados, segurando suas latas de refrigerante, enquanto uma infinidade de policiais estacionavam seus carros na rua e entravam armados no salão, seguidos por dezenas de ambulâncias.

Fernando olhou para a garrafa em suas mãos e pensou: "Merda, ecstasy no guaraná é sacanagem."

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Rapidinhas de alguém que precisa postar mas não está com criatividade para isso

Por yusanã || 13:20:00 || 12 de mai. de 2006
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Passei a tarde ontem jogando Blockland. Eu, o Skater e o astronauta ECS que apareceu depois que já tinhamos montado, desmontado, colorido e descolorido várias torres e protótipos de casas.

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Atomic contempla sua obra-prima
enquanto ECS e Skater brincam de casinha lá dentro: "Não, eu quero ser o papai!".

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Tinha decidido escrever um post enorme e "engraçado" sobre minha aparência de "homem das cavernas" e todas as situações engraçadas que ela já me propiciou. O problema é que nós (eu e vocês leitores) ainda não temos uma dose de intimidade o suficiente para vocês entenderem todas as piadas que por ventura apareceriam. Ah, enfim, estou apenas dando uma desculpa esfarrapada para respostar algo que escrevi no meu antigo blog, então leiam e calem a boca.

(Lembrando que isso foi escrito no começo do ano e para um blog com uma temática bem diferente. Portanto muitas coisas podem estar, e estão, desatualizadas.)

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Sempre gostei da cultura celta. A música tradicional irlandesa está entre meus gêneros favoritos. Se eu pudesse mudaria-me para lá só para dançar e rolar nos campos verdejantes ao som de Gaitas de Foles, Fiddles, Bodhrans e Tin Whistles. Vestido com um kilt, logicamente.

Eu não quero chamar meus leitores de burros, mas eu sei que tem bastante gente que vai chegar aqui e não vai saber o que é um kilt.

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Isso é um kilt.

Pronto, agora que você já sabe que um kilt é um saiote escocês, aposto que você pensou. "Que viado, quer usar saia e ainda diz que é homem!" Agora além de burro, eu tenho certeza que você é um ignorante. Aliás, feche logo esse janela do seu navegador, você não é digno de meu blog. Para os poucos inteligentes e não-preconceituosos que restaram, continuarei a contar minha história.

Eu sempre quis ter um kilt. Se tem gente que se orgulha dizendo que "cria o bicho solto" porque não usa cuecas, imagine usar uma saia sem roupa de baixo. Qualquer ventinho forte seria capaz de arrepiar todos os pentelhos. Uma sensação prazerosamente única.

Semana passada decidi-me: comprarei um kilt e uma Gaita-de-Foles. Se não posso ir até a Irlanda, faço do meu jardim um pedaço dela. Porém, não foi tão fácil quanto eu pensara. A internet com toda sua imensidão, não foi capaz de me oferecer esses queridos produtos, mas como tenho sangue irlandês e não desisto nunca, acabei comprando mesmo uma Tin Whislte.

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Tin Whislte Walton's Little Black, modelo o qual comprei.

Metade do plano fora completo, o intrumento eu já tinha, faltava apenas a vestimenta. Saí atrás de um kilt ou uma saia masculina qualquer em todos os lugares da cidade, em vão. "Se nem na internet você encontrou, é lógico que em CHAPECÓ você não vai encontrar, idiota!", pensei comigo. Fui então em lojas de tecido, procurando algo parecido com o tecido quadriculado tradicional. Logicamente, não achei.

*Pausa para respirar*

QUE MERDA DE PAÍS É ESTE EM QUE NÃO SE PODE COMPRAR UMA GAITA-DE-FOLES E UM KILT???

Pronto, desabafei. Eu já estava puto. Resolvi ir para as lojas de roupas femininas. Se é só lá que se encontram as saias não há nada que eu possa fazer.

Agora imaginem um gordo cabeludo e com a barba mal feita indo em direção ao provador com uma porção de saias na mão. Foi exatamente o que aconteceu. Sorte que além dos olhares apavorados, ninguém ousou em abrir a boca. Escolhi a saia que achei mais adequada e fui ao caixa pagar minha mais nova aquisição.

Foda-se. Não é exatamente o que eu tinha em mente. Mas pelo menos eu poderei passar o ano sentindo o vento gelado no saco enquanto toco uma flauta irlandesa no jardim da casa.

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Ah sim, tempos depois eu tirei a famigerada foto de cosplay de anão irlandês da floresta. Se vocês tiverem um bom coração, podem clicar aqui para vê-la. Agora sim você me conhecem um pouco mais. No meu próximo post, vocês entenderão o quanto é engraçado andar por aí vestindo essa coisa.

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O fim do mundo é o fim do mundo

Por Vexille || 00:20:00 || 11 de mai. de 2006
O mundo vai acabar. Pela trigésima vez, claro, mas dessa vez é sério. Vocês provavelmente se lembram de outras datas do juízo final, como 10 de agosto de 1999 — como dizia a suposta profecia de Nostradamus —, ou o bug do milênio que não iria acontecer na virada do milênio, e sim um ano antes.

Mas desta vez, o destino não deixou dúvidas de que nossos dias estão contados. Neste mês de junho, o inferno correrá solto, pois presenciaremos a DATA DA BESTA no dia 06/06/06. Às seis horas, seis minutos e seis segundos, terá início o dia do julgamento, e veremos sair do mar um demonho maligno com sete cabeças, dez chifres e, escrito em cada cabeça, o nome de BLASFÊMIA (Apocalipse 13:1). Isso ao som das mais diversas bandas de death e trash metal, que lançarão seus álbuns demoníacos nessa data, pra ficar legal.

Mas este prelúdio delícia sobre o apocalipse foi só uma introdução (no bom sentido, de dentro pra fora) para o principal propósito do post, que é como evitar ser sodomizado por Blasfêmia. A fabulosa Landover Baptist, a igreja dos Verdadeiros Cristãos™.

Vá lá ver o site. Eu espero.

Beleza. À primeira vista, parece ser um simples site de uma igreja que talvez seja um pouco radical. Mas, caso ambos os lados do seu cérebro estejam funcionando normalmente (coisa que não acontece com muitas pessoas que acessam o site), você vai perceber algumas peculiaridades logo na página inicial, assim como um banner da promoção "Aceite Jesus em sua vida e ganhe um Playstation 2!" ou uma propaganda de um dos produtos vendidos na loja online da Landover, a calcinha fio-dental "O Que Jesus Faria?".


Enfim, o site é uma piada gigante. Os caras incorporam o estereótico dos Cristãos americanos no site e fora dele (procurem pelo sermão do Pastor Deacon Fred na Godless Americans March on Washington). O site também conta com um grande arquivo de artigos e sermões, como I Can't Wait To See People Burn In Hell! ou Is My Little Baby Going to Go Gay?.

O mais delícia é que eles têm uma seção dedicada aos hate mails que eles recebem. Como se trata de um assunto religioso, dá pra imaginar que não é pouca coisa. Dentre os e-mails, há aqueles de pessoas que sacaram que o site é uma piada, os que não sacaram, e os que mandaram um e-mail só pra perguntar se é uma piada.

I must admit that I am quite impressed with anyone who would take hundreds of hours of their life to make fun of the biggest religion in the world. Do you have any web sites making fun of jews, muslims, NOI, or any other religions such as these who worship false gods?

Sincerely

Joey Toms

Este camarada se encaixa no primeiro grupo. Ele sacou que o site não é sério, e se tomou as dores porque a Landover ofendeu sua religião :(. O mais legal é que, como mostra a parte destacada, ele acabou se mostrando fazer parte do estereótipo. Afinal, a única religião verdadeira é a dele.

I just wanted to let you know that I just read your bunny stew recipe and I find it in very poor taste and highly offensive. All this slaughter talk and inhumane behavior then this “if you love the Lord…” Well, my Lord is kind and compassionate. The animals were put upon this earth to server a purpose to man; however, man can be humane in their way of dealing with such gifts.

Concerned Christian

Thomas Graves

Se enquadrando no segundo grupo, este camarada é cristão e um naturalista. Mas, apesar disso, acredita que os animais só existem na Terra para nos servir. Salvem as baleias!

hello, I was just wondering if your church was real and if so where may I attend one of your services near Omaha, NE?

Joe Riss

:)

I am Jewish. A proud Jew. I'm not going to inslult you, because then I would just stoop down to your level. Does Homosexuality scare you? TOO BAD! The world is full of (as you call them) Homos.

Every man has three names: one his father and mother gave him, one others call him, and one he acquires himself. -- Ecclesiastes Rabbah 7:13

You really are not giving yourselves good names...

Im not a druggie either, but I think people should have the right to do drugs. GO NADER! By the way, I MASTURBATE! I STROKE MY LONG HARD COCK UNTILL I CUM EVERYWHERE! AND THEN I GO AND DO IT AGAIN WHILE LOOKING AT PORN!!!! I am gonna insult you actually! You meshuginah! This is rediculus!

Alex Silver

Este garotinho judeu está descobrindo seu próprio corpo — enquanto deixa de lado o descobrimento da gramática — e está orgulhoso disso, fazendo questão de contar pra todo mundo.

Enfim. Se você sabe o que é bom pra você, faça como os bons homens da Igreja Landover Baptist e aceite Jesus em seu coração (e ganhe um Playstation 2!). Ou queime no inferno.

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HQs, LEGO e crianças felizes

Por Lipedal || 13:01:00 || 9 de mai. de 2006
Pessoal, era pra eu ter postado ainda anteontem (ou antes?), mas uma força maior me impediu. Na verdade, duas forças maiores. Deixa eu explicar.

Com um jogo de computador a R$100,00, um box de DVDs de um filme a R$150,00, um livro a R$30,00, uma HQ cult a R$40,00 e minha mesada a R$50,00, é natural que eu seja regido pela "sociedade alternativa". Consigo jogos de computador no Torrentspy, filmes na FileWarez e livros em sebos (aquelas lojas de livros usados, que de acordo com David Jaffe, criador do jogo God of War, são más e prejudicam o bolso do cara rico, enquadrando-se também na "sociedade alternativa"). Eu só não tinha uma boa fonte de HQs.

Isso até conhecer o Renmero. No meio de seus cento e tantos contatos do MSN, sempre tem alguns que além de legais são úteis. Internet é uma coisa maravilhosa mesmo, qualquer um pode saber de tudo um pouco dependendo das especializações de seus amigos. Aqui eu tenho um perito em Final Fantasy, outro que conhece todo e qualquer filme trash que tu possa imaginar, um que é cult ao extremo e quer me ensinar a "entender a música", entre outros. E eis que aparece o Renmero, resolvendo meus problemas em relação a histórias em quadrinhos.

- Renmero, não sabe onde eu posso encontrar V de Vingança?
- Olha, não sei. Deixa eu ver aqui.
- Tá.
- Achei.

Incrível. O cara passou um site doido com tudo que é HQ que você possa imaginar. É uma espécie de banco de dados do site Rapadura do Eudes. No "armazém" do Eudes você encontra de tudo: do erotismo divertido de Gullivera ("Barbie? Ah, merda. Tô em casa.") à doçura d'O Analista de Bagé, passando por Batman Cavaleiro das Trevas, Sandman, Akira, Sin City e até Asterix, entre muitos outros. Muitos.

Só não tem V de Vingança, mas esse o Renmero me passou e eu tô colocando no RapidShare, já posto aqui. Tava upando A Liga Extraordinária também, mas agora vi que tem naquele site. Tem até o Volume II, que eu tô baixando pelo eMule há cerca de um ano e meio! Ah vá tomar banho \o/

Já ia esquecer: pra ler as HQs vocês precisam do CDisplay. Simplesmente abram o programa, dêem um clique direito e "Load File". Aí selecionem o arquivo .rar ou .cbr que vocês quiserem ler. Agradeçam ao Eudes e ao Renmero.

...

O primeiro motivo tá explicado. Fiquei alguns dias lendo V de Vingança e discutindo Manara com meu amigo cult (bserpa) no MSN. Mas o que me impediu de postar ontem foi outra coisa.

Quem aqui nunca teve um LEGO? Aposto que todo menino aqui já teve, e talvez algumas meninas. E quem aqui sabe o porquê de LEGO ser escrito em maiúsculas? Eu não sei. Mas e quem aqui gosta até hoje de brincar de LEGO, ou ao menos gostaria se um carrinho de duas peças não custasse R$20,00? Provavelmente muitos, e eu me incluo nesse grupo.

Apresento a vocês Blockland.

Ontem o Cafetão Cubano, outra magnífica aquisição à minha lista do MSN, me falou desse joguinho. Blockland é um jogo online onde o principal objetivo é... construir. Como diz um dos slogans do site, "É mais fácil destruir do que criar. Esse é um jogo difícil."

Sim, você leu bem. A missão não é ver quem faz o castelo mais bonito, nem ver quem destrói o WTC em menos tempo, nem mesmo viver a vida de seu bonequinho após construir a casa dele. Na verdade dá pra fazer tudo isso aí acima, mas Blockland é fundalmentalmente um jogo livre. Você cria um servidor, chama seus amigos e juntos constroem a casa dos sonhos, a torre perfeita para um suicídio, uma pirâmide, o que você quiser. E sem o problema de "ahhhh, eu só tenho 3 pecinhas 2x4, vou ter que desmontar o posto policial :("

E isso me fez ficar ontem das 21:00 às 2:00 brincando com pecinhas de LEGO. Às 23:00 convenci o Vexille a jogar.

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Mostrar pros gringos quem é que entende de LEGO.

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Olhando o Vexille trabalhar da janela do meu quarto.

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Xile com preguiça de pintar.

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"Ajoelha, desgraçado". O prédio do cara ficou foda.

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Weeeeeeeeeeeeeee!

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Stairway to Heaven. O pontinho preto é o xile.

Pois é, o jogo é divertido demais. Como eu disse acima, ele é livre. Você pode brincar do que quiser, inclusive "quem detona o prédio do outro mais rápido" ou "quem faz a melhor escada da morte". Isso depois de ficar horas fazendo um prédio lindão e tirar umas screenshots, claro. Ou pode não brincar de nada. Ou pode até baixar algum mod, como o TBM, com milhares de peças e cores e adesivos e decalques e capacetes e o que tu menos precisar. Eu prefiro sem mod, mas vai do gosto de cada um.

Então tá. Entrem lá no http://www.blockland.us e baixem o jogo. No menu principal dêem um Join Server, então Query Master e se enxergarem o servidor "Dr. D" não pensem duas vezes antes de entrar ^^

Pronto, me expliquei.

[ATUALIZADO:] Pronto, aqui está V de Vingança.
[ATUALIZADO DE NOVO:] Se o servidor do Dr. D pedir senha, ela será divago.

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Eu quero que me odeiem!

Por yusanã || 08:32:00 || 7 de mai. de 2006
Porra, agora é sério. Eu achava que o caso do post anterior era um processo isolado, mas pelo jeito é mais comum do que eu imaginava. Vagando pelo Orkut, cheguei até uma comunidade com o nome "Eu já fui processado". Imaginei que encontraria muitas histórias absurdas e que me fariam rir pra caralho, é claro. Porém, surpreendi-me quando encontrei relatos de outras pessoas que estavam respondendo processo pelo mesmo motivo do pessoal aqui da minha ex-escola. Um deles chegou a comentar no tópico "porque vc foi prossesado" (argh, minhas bolas) a decisão do Juiz a respeito de seu caso.

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Esse se fodeu gostoso, né não? (Será que ele pode me processar por esse comentário?)


Ontem mesmo vi uma reportagem de um jornal de Santa Maria - RS falando sobre esse assunto. Segundo o jornal, o Juiz local disse que “Os internautas devem frequentar estes ambientes (comunidades do Orkut) para expressar seu ponto de vista de forma clara e objetiva, sem que se tenha em mente a vontade de difamar, caluniar ou injuriar as pessoas. O direito de expressão é reconhecido constitucionalmente, mas isto não dá direito a ninguém cometer crimes reconhecidos pelo Código Penal. Crítica, é uma coisa saudável, mas ela deve ser feita de forma urbana e civilizada, sem que vire ofensa”.

Ou seja, se um dia qualquer você entrou na comunidade do seu colégio e comentou "aHhHhH, a dIrEtOrA ehh uMa PuTonAA!!!1 sÓ pq eU dIrruBei as cUrtInA da SaLa qNd tva mE dePenDurAndo nAs cUrTiNA eLa Me DeU DoIZ dia de ÇusPensSaUm!!!1" corre lá e apague antes que ela fique sabendo, ou além dos dois dias de suspenção suspensão você vai ganhar uma bela de uma multa no lombo. E aposto que quando seu pai ficar sabendo, vai fazer você limpar o banheiro com a própria escova de dentes pelo resto da sua vida para você aprender que se sua diretora é uma puta, você não pode postar isso no Orkut, moleque idiota.

A reportagem ainda termina com uma ameaça do Juiz: "Toda e qualquer informação inserida na internet pode ser rastreada, descobrindo-se facilmente a origem, a linha telefônica e o computador de onde partiu a informação." OMG HAXORZ~~

Enfim, o Orkut é oficialmente para ser levado a sério. Eu estava pensando em ficar paralítico para viver o resto da minha vida na frente do computador, e ganhando aposentadoria por invalidez para não precisar trabalhar, mas agora tenho um novo modo de ficar rico. Aí vai:


Mais um Plano Infalível do Atomic para ficar rico em pouco tempo:

Primeiro passo: seja o mais chato, mal-humorado e rancoroso possível. Faça comentários inoportunos a toda hora e faça com que todos ao seu redor te odeiem com todas as forças.

Segundo passo: crie uma conta no orkut com nome falso. Depois crie uma comunidade injuriando e difamando (OMG) você mesmo.

Terceiro passo: faça propaganda da comunidade, com seu perfil falso, no livro de recados de todos aqueles que você já incomodou na vida. Aliás, você não pode ter um perfil com o nome verdadeiro de maneira nenhuma ou seus conhecidos não terão coragem de entrar na comunidade.

Quarto passo: espere a comunidade ficar cheia de pessoas que te odeiam e processe todos aqueles filhos da puta. Para um bônus, escolha o mais rico que estiver lá e passe a moderação para ele logo antes de tirar um Print Screen que será a prova definitiva de que você merece muito dinheiro em troca da vergonha que todos aqueles internautas safados fizeram você passar.

Quinto passo: pegue todo o dinheiro recebido da indenização e fuja para as Ilhas Fiji, onde ninguém te conhece e você não correrá o risco de ser processado.

Se funcionar com alguém, eu quero os royalties, viu?

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Eu Odeio Títulos

Por yusanã || 15:24:00 || 5 de mai. de 2006
Doutor, tem coisas que eu realmente não entendo. A resolução do Último Teorema de Fermat, a popularidade do cristianismo, como nascem os bebês e como uma bola de queijo tão grande consegue ficar voando no céu durante a noite são algumas de minhas dúvidas mais preocupantes. E para piorar o negócio, diariamente pessoas do mundo inteiro conseguem confudir ainda mais minha cabeça praticando atos absurdos e impensáveis como morrer tentando resgatar um celular na privada e levar o próprio currículo para a casa que vai assaltar. Enfim, Doutor, pessoas com Quociente de Inteligência beirando o negativo existem em todo lugar.

O caso de estupidez que relatarei agora, porém, não ocorreu no Quênia, Bósnia, Azerbaijão ou qualquer outro desses lugares desconhecidos e que só aparecem nos jornais quando algo realmente estúpido acontece, mas sim na minha cidade, Chapecó (o que na verdade dá na mesma).

Tudo começou com Orkut Buyukkokten, criando um sistema na internet em que qualquer retardado poderia criar comunidades com locais de discussão em alguns segundos. O que ele não contava é que realmente todos os retardados do mundo fossem participar de sua mais nova criação e começassem a produzir os mais variados tipos de comunidades, como "homenagens para namorados com juras de amor eterno que precisarão ser deletadas às pressas depois que ela descobrir que foi chifrada pelo canalha sem-vergonha", comunidades de "lésbicas que adoram se exibir na webcam mas que na verdade não passam de nerds sebosos" e principalmente as comunidades de "Eu amo/eu odeio (insira aqui alguma coisa idiota)".

E é desse último caso que iremos falar. Com a chegada do Orkut, todos acharam importantíssimo sair mostrando para aqueles que visitam seus perfis informações como "Eu odeio levantar cedo/cagar fora de casa/pessoas falsas/burras/invejosas/amassar o pênis no rolo de pão/perder um braço cortando cana". E mesmo depois de tudo isso as pessoas acharam que o ódio ainda era pequeno e resolveram então homenagear aquelas pessoas que eles mais amam criando comunidades com descrições do tipo:

"Se o seu sonho também é passar uma noite vendo a(o) (insira aqui um nome ridículo) sendo sodomizada(o) por cavalos Mustang ao som de Cannibal Corpse, junte-se a nós!

Ofensas pessoais na comunidade não serão permitidas."


As demonstrações de ódio não limitaram-se a pessoas famosas, e logo professores e diretores de escolas também tiveram seus nomes difamados através da Internets. E finalmente chegamos ao Ponto G do post (sim, eu enrolei vocês até aqui para nada): a comunidade Eu Odeio a Professora Iara.

A supracitada foi criada por alunos da Escola Estadual Básica Bom Pastor, onde estudei até o ano passado, como um ponto de encontro "sadio" onde todos os alunos e ex-alunos da professora de inglês mais conhecida da região poderiam liberar toda sua raiva reprimida durante anos em suas mentes psicóticas. Seria apenas mais uma entre outras milhares se não fosse um simples detalhe: a famigerada descobriu e resolveu processar todo mundo que estava lá dentro por calúnia e difamação.

Duvida? Pois então entre aqui no site do Tribunal de Justiça e veja o processo. Ainda quer mais provas? Ainda não acredita que uma professora formada tenha tomado essa atitude? Pois então entre aqui no site da UDESC e veja o nome de Iara na lista do corpo docente.

Agora eu me pergunto. O que caralhos passa na cabeça de uma mulher de 50 anos quando processa uma lista enorme de pessoas que "a odeiam"? A única coisa que consigo pensar é que ela quer indenização suficiente para não ter mais que trabalhar pelo resto da vida. Na lista vemos nomes desde crianças de 13 e 14 anos até jovens com mais de 20 que agora terão que prestar satisfação em frente a um tribunal e quiçá até gastar com advogados para defenderem-se dessa acusação absurda.

Aliás, por pouco que eu também não entro no meio da história, afinal eu cheguei a entrar na comunidade para perguntar o que todas aquelas pessoas tinham contra minha professora da oitava série. Todos me xingaram de comunista e membro da oposição e eu acabei saindo de lá sem resposta. Essa semana ela mesmo respondeu minha pergunta.

Enfim, para vocês terem uma idéia do naipe dos processados, eu fui atrás do perfil da primeira da lista e encontrei o seguinte:

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Notem a periculosidade da cidadã. A participação dela na comunidade deve influenciar muito na vida de uma professora de terceiro grau, a ponto até de ser preciso um processo judicial para corrigir a vida da menina. Ah, Doutor, quer saber? Se foder tudo isso. Avise para todos os seus amigos que eles devem sair de comunidades "Eu odeio a tia gorda e varizenta da cantina" antes que tenham que prestar contas à justiça também.

Aliás, imagina só se o Felipe Dylon tem um ataque e resolve processar os 27 mil membros do Orkut que o odeiam? Aposto que sairia até no Jornal Nacional.

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Segura no meu empreendimento

Por Vexille || 02:48:00 || 4 de mai. de 2006
Desde os tempos primórdios da aurora da humanidade, o homem vem inventando toda uma sorte de soluções para seus problemas. Muitas dessas invenções revolucionárias são os pilares de sustentação da vida moderna como conhecemos. Por outro lado, o mundo seria um lugar muito melhor, cheio de magia, com sabor de chocolate, cheiro de terra molhada, se não fosse por outras dessas invenções, como novelas da Globo, o Rafa da MTV e a copa do mundo. Falando nisso, que time é teu?

Mas não é dessas besteiras que eu quero falar. O homem inventou algo muito pior do que o que acabou de ser citado. Pior do que pagode. Pior do que o ICMS. E o seu nome é EMPREENDEDORISMO. Mas eu não estou falando da "qualidade de quem é empreendedor", e sim de uma cadeira num maldito curso técnico de desenvolvimento de software.



Daniel Azulay empreende sua passividade

Mas calma, vamos por partes. O que seria essa tal cadeira de Empreendedorismo? Basicamente, é um curso que te ensina bom senso. Uma aula que ensina coisas que não se pode aprender, algo que qualquer pessoa consideraria estúpido. Exceto pessoas sem bom-senso.

O que me leva à pior parte da bagaça. Esse tipo de aula já seria ruim o suficiente em circunstâncias normais. Agora se imagine no meio de uma sala de cerca de 25 pessoas, sendo que a maioria delas está realmente interessada na porra da aula. Sério mesmo, poucas pessoas nesse mundo merecem esse tipo de tortura. Os roteiristas de Malhação, a novela infinita, por exemplo, merecem o tratamento.

— Hoje vamo fazer um estudo de caso sobre Seu Zé, um grande empreendedor. Ele é dono de uma vendinha de bombom no Rio. Uma das técnica* que ele usa para atrair o freguês é estar sempre de bom humor, e contar piada* sempre que puder.
— Ah, professora! Quer dizer que assim ele consegue atrair clientes, né?
— Isso mesmo. Ele também costuma dar uns doce* de brinde, de vez em quando.
— Ah, ah! Então assim ele consegue atrair novos clientes... E manter os que já tem, né? NÉ?!

* Para melhorar a situação, dona Aniuska, a professora, tem um belo sotaque MATUTO, e é incapaz de falar qualquer palavra no plural.

É, gente boa. Sem uma aula te esvaziando da carteira 80 pilas por mês por 90 minutos semanais, NINGUÉM iria saber que é importante pra um vendedor, ah... não sei, ATENDER BEM? E o pior: nego ainda se ADMIRA e se entusiasma com essa merda de aula! AQUI. Minhas cuecas. Ponha sobre sua cabeça, não quero mais ver a sua cara.

Mas cuidado. O negócio é mais sério do que parece.

- Hoje se percebe que é preciso preparar para esse caminho promissor, aumentando as chances de sobrevivência.

- Este é o motivo do curso de Empreendedorismo

Texto retirado da apresentação de PowerPoint "Caracteristica do emp.ppt"

Sobrevivência. Sobrevivência, entendeu? Aprenda a ser um bom VENDEDOR DA AVON ou morra empalado e estuprado pelo MASTRUÇO CORPORACIONAL.

Mas então. Só pra dizer que a aula não é uma coisa totalmente direcionada a pacientes que acabaram de realizar uma lobotomia, 40% da carga horária é direcionada a um assunto de verdade. Vira meio que uma aula de Administração mais simples.

Só que é meio IMBECIL forçar uma aula de Adminitração pruma turma de programação. A maioria dos alunos que NÃO desistem até o final do curso (minha sala começou com 15 pessoas e terminou com 3. Contando comigo) vai acabar sendo um mísero programador sem ambições e trabalhando feito um condenado, 10 horas por dia, incluindo sábados, sem plano de saúde nem uma sala com lanches e cafézinho, e acabar tendo um ataque cardíaco de tanto estresse. Mas ele vai saber fazer PLANOS DE NEGÓCIO! Obrigado, professora!

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