Eu Odeio Títulos
Por yusanã || 15:24:00 || 5 de mai. de 2006
Doutor, tem coisas que eu realmente não entendo. A resolução do Último Teorema de Fermat, a popularidade do cristianismo, como nascem os bebês e como uma bola de queijo tão grande consegue ficar voando no céu durante a noite são algumas de minhas dúvidas mais preocupantes. E para piorar o negócio, diariamente pessoas do mundo inteiro conseguem confudir ainda mais minha cabeça praticando atos absurdos e impensáveis como morrer tentando resgatar um celular na privada e levar o próprio currículo para a casa que vai assaltar. Enfim, Doutor, pessoas com Quociente de Inteligência beirando o negativo existem em todo lugar.
O caso de estupidez que relatarei agora, porém, não ocorreu no Quênia, Bósnia, Azerbaijão ou qualquer outro desses lugares desconhecidos e que só aparecem nos jornais quando algo realmente estúpido acontece, mas sim na minha cidade, Chapecó (o que na verdade dá na mesma).
Tudo começou com Orkut Buyukkokten, criando um sistema na internet em que qualquer retardado poderia criar comunidades com locais de discussão em alguns segundos. O que ele não contava é que realmente todos os retardados do mundo fossem participar de sua mais nova criação e começassem a produzir os mais variados tipos de comunidades, como "homenagens para namorados com juras de amor eterno que precisarão ser deletadas às pressas depois que ela descobrir que foi chifrada pelo canalha sem-vergonha", comunidades de "lésbicas que adoram se exibir na webcam mas que na verdade não passam de nerds sebosos" e principalmente as comunidades de "Eu amo/eu odeio (insira aqui alguma coisa idiota)".
E é desse último caso que iremos falar. Com a chegada do Orkut, todos acharam importantíssimo sair mostrando para aqueles que visitam seus perfis informações como "Eu odeio levantar cedo/cagar fora de casa/pessoas falsas/burras/invejosas/amassar o pênis no rolo de pão/perder um braço cortando cana". E mesmo depois de tudo isso as pessoas acharam que o ódio ainda era pequeno e resolveram então homenagear aquelas pessoas que eles mais amam criando comunidades com descrições do tipo:
"Se o seu sonho também é passar uma noite vendo a(o) (insira aqui um nome ridículo) sendo sodomizada(o) por cavalos Mustang ao som de Cannibal Corpse, junte-se a nós!
Ofensas pessoais na comunidade não serão permitidas."
As demonstrações de ódio não limitaram-se a pessoas famosas, e logo professores e diretores de escolas também tiveram seus nomes difamados através da Internets. E finalmente chegamos ao Ponto G do post (sim, eu enrolei vocês até aqui para nada): a comunidade Eu Odeio a Professora Iara.
A supracitada foi criada por alunos da Escola Estadual Básica Bom Pastor, onde estudei até o ano passado, como um ponto de encontro "sadio" onde todos os alunos e ex-alunos da professora de inglês mais conhecida da região poderiam liberar toda sua raiva reprimida durante anos em suas mentes psicóticas. Seria apenas mais uma entre outras milhares se não fosse um simples detalhe: a famigerada descobriu e resolveu processar todo mundo que estava lá dentro por calúnia e difamação.
Duvida? Pois então entre aqui no site do Tribunal de Justiça e veja o processo. Ainda quer mais provas? Ainda não acredita que uma professora formada tenha tomado essa atitude? Pois então entre aqui no site da UDESC e veja o nome de Iara na lista do corpo docente.
Agora eu me pergunto. O que caralhos passa na cabeça de uma mulher de 50 anos quando processa uma lista enorme de pessoas que "a odeiam"? A única coisa que consigo pensar é que ela quer indenização suficiente para não ter mais que trabalhar pelo resto da vida. Na lista vemos nomes desde crianças de 13 e 14 anos até jovens com mais de 20 que agora terão que prestar satisfação em frente a um tribunal e quiçá até gastar com advogados para defenderem-se dessa acusação absurda.
Aliás, por pouco que eu também não entro no meio da história, afinal eu cheguei a entrar na comunidade para perguntar o que todas aquelas pessoas tinham contra minha professora da oitava série. Todos me xingaram de comunista e membro da oposição e eu acabei saindo de lá sem resposta. Essa semana ela mesmo respondeu minha pergunta.
Enfim, para vocês terem uma idéia do naipe dos processados, eu fui atrás do perfil da primeira da lista e encontrei o seguinte:
O caso de estupidez que relatarei agora, porém, não ocorreu no Quênia, Bósnia, Azerbaijão ou qualquer outro desses lugares desconhecidos e que só aparecem nos jornais quando algo realmente estúpido acontece, mas sim na minha cidade, Chapecó (o que na verdade dá na mesma).
Tudo começou com Orkut Buyukkokten, criando um sistema na internet em que qualquer retardado poderia criar comunidades com locais de discussão em alguns segundos. O que ele não contava é que realmente todos os retardados do mundo fossem participar de sua mais nova criação e começassem a produzir os mais variados tipos de comunidades, como "homenagens para namorados com juras de amor eterno que precisarão ser deletadas às pressas depois que ela descobrir que foi chifrada pelo canalha sem-vergonha", comunidades de "lésbicas que adoram se exibir na webcam mas que na verdade não passam de nerds sebosos" e principalmente as comunidades de "Eu amo/eu odeio (insira aqui alguma coisa idiota)".
E é desse último caso que iremos falar. Com a chegada do Orkut, todos acharam importantíssimo sair mostrando para aqueles que visitam seus perfis informações como "Eu odeio levantar cedo/cagar fora de casa/pessoas falsas/burras/invejosas/amassar o pênis no rolo de pão/perder um braço cortando cana". E mesmo depois de tudo isso as pessoas acharam que o ódio ainda era pequeno e resolveram então homenagear aquelas pessoas que eles mais amam criando comunidades com descrições do tipo:
Ofensas pessoais na comunidade não serão permitidas."
As demonstrações de ódio não limitaram-se a pessoas famosas, e logo professores e diretores de escolas também tiveram seus nomes difamados através da Internets. E finalmente chegamos ao Ponto G do post (sim, eu enrolei vocês até aqui para nada): a comunidade Eu Odeio a Professora Iara.
A supracitada foi criada por alunos da Escola Estadual Básica Bom Pastor, onde estudei até o ano passado, como um ponto de encontro "sadio" onde todos os alunos e ex-alunos da professora de inglês mais conhecida da região poderiam liberar toda sua raiva reprimida durante anos em suas mentes psicóticas. Seria apenas mais uma entre outras milhares se não fosse um simples detalhe: a famigerada descobriu e resolveu processar todo mundo que estava lá dentro por calúnia e difamação.
Duvida? Pois então entre aqui no site do Tribunal de Justiça e veja o processo. Ainda quer mais provas? Ainda não acredita que uma professora formada tenha tomado essa atitude? Pois então entre aqui no site da UDESC e veja o nome de Iara na lista do corpo docente.
Agora eu me pergunto. O que caralhos passa na cabeça de uma mulher de 50 anos quando processa uma lista enorme de pessoas que "a odeiam"? A única coisa que consigo pensar é que ela quer indenização suficiente para não ter mais que trabalhar pelo resto da vida. Na lista vemos nomes desde crianças de 13 e 14 anos até jovens com mais de 20 que agora terão que prestar satisfação em frente a um tribunal e quiçá até gastar com advogados para defenderem-se dessa acusação absurda.
Aliás, por pouco que eu também não entro no meio da história, afinal eu cheguei a entrar na comunidade para perguntar o que todas aquelas pessoas tinham contra minha professora da oitava série. Todos me xingaram de comunista e membro da oposição e eu acabei saindo de lá sem resposta. Essa semana ela mesmo respondeu minha pergunta.
Enfim, para vocês terem uma idéia do naipe dos processados, eu fui atrás do perfil da primeira da lista e encontrei o seguinte:
Notem a periculosidade da cidadã. A participação dela na comunidade deve influenciar muito na vida de uma professora de terceiro grau, a ponto até de ser preciso um processo judicial para corrigir a vida da menina. Ah, Doutor, quer saber? Se foder tudo isso. Avise para todos os seus amigos que eles devem sair de comunidades "Eu odeio a tia gorda e varizenta da cantina" antes que tenham que prestar contas à justiça também.
Aliás, imagina só se o Felipe Dylon tem um ataque e resolve processar os 27 mil membros do Orkut que o odeiam? Aposto que sairia até no Jornal Nacional.
Aliás, imagina só se o Felipe Dylon tem um ataque e resolve processar os 27 mil membros do Orkut que o odeiam? Aposto que sairia até no Jornal Nacional.
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