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Lipedal no Mundo Real - Parte 6

Por Lipedal || 22:52:00 || 1 de out. de 2006
E finalmente a continuação das aventuras de um semestre de Ciência da Computação numa faculdade federal.


Inglês Instrumental

Isso, instrumental. Imagine a emoção de pensar que, após ficar o Ensino Médio inteiro tendo que discutir com professoras que não entenderam lhufas do pai-nosso em inglês porque não sabiam o que era "thy" e "thine", eu finalmente iria aprender o inglês que eu não sei. O instrumental.

E imagine a emoção de chegar na primeira aula de inglês e receber um texto sobre os gays da novela América seguido de exercícios tongos sobre gramática e viadagem, e ficar a segunda aula inteira ouvindo "I can't take my eyes off of you, I can't take my eeeeeyes off of you... I can't take my e-yes off of... you... I CAN'T TAKE MY EYES OFF OF YOOOOU!" (repete a gosto, nesse caso a desgosto). Mas as emoções de ter aula com essa professora, a ilustríssima Gabriela, que tem quase nossa idade, eu já relatei aqui, então não vou repetir tudo. Muito menos a música inteira.

Mas agora imagine a emoção de, após um mês sem aula de inglês e sem saber se teríamos outra professora pra entrar no lugar daquela, receber um e-mail mais ou menos assim:

"Hy guys, eu vou ser a nova professora de inglês de vcs. Mandei junto o link dos exercícios que vcs devem levar para a aula de quinta.

Ass. Patrícia"


Seguido por:
"Ai, o césar me avisou que eu mandei o link pro banner de propaganda da página, sooooooooory! Aqui vai o link certo.

Ass. Patrícia


O que é meio semestre pra quem já agüentou isso por três anos? Fomos à luta. De cara já não fomos com a cara da mulher: ela estranhou o fato de ter só homens na sala de aula e se sentiu meio... acuada. Verbalmente falando, tava sempre pronta para se defender, por mais que ninguém a atacasse. Aí ela atacava:

Patrícia: Então, "for" significa...?
Turma: ...
Patrícia: Vamos lá, "for" significa...?
Turma: ...
Patrícia: Ai, ninguém vai falar??? Vocês são mudos??? Tenho certeza que alguém aqui na sala sabe!!! Então, "for" significa...?
Turma: bzzz bz bzz bzbz bzzzz bz
Patrícia: Que coisa horrível, será que vocês não conseguem parar de falar um pouquinho só???

Aí ela começava a fingir um chorinho. Até que alguém falava, encabulado, "significa para", e ela elogiava o cara, dizia que ele sim tava prestando atenção nas aulas e tinha aprendido inglês.

E foi assim durante o resto do trimestre. Textos terrivelmente chatos sobre pedofilia, spam, scam, a primeira coisa que ela encontrasse nas notícias do dia na seção "Tech" de algum site de notícias em inglês, fosse BBC, CNN ou Qualquer Coisa News. Depois alguns exercícios do tipo "Na linha 3 do parágrafo 14, a quem se refere o 'he saidt' da frase?" e daí pra pior.

Mas a parte ruim ainda estava por vir. Descobrimos ao longo dos "trabalhinhos" e das "avaliações" que a professora, apesar de errar tudo, descontava cada errinho mísero que você fizesse. Não precisava nem ser errinho. Um mísero bastava pra você perder um ponto. O primeiro trabalho consistia em montar as partes de um texto picotado sobre mercado negro em MMORPGs e depois resumí-lo. Ninguém tirou nota máxima, por um motivo simples: ninguém foi retardado o suficiente pra colocar título no resumo.

Sem contar os inúmeros erros de interpretação da mulher na prova e nos exercícios, ainda tivemos um outro trabalho que eu adoraria escanear, mas tive que digitar e fazer as devidas "correções" da professora via Paint. A Patrícia deu dois textos, um sobre um spammer e outro sobre um pedófilo, tudo a ver com nosso curso, e era pra fazer um resumo comparativo dos dois. Parece que além de não ter gostado da minha comparação final, a mulher não tem senso de humor. Aqui está a cópia virtual do trabalho, sem nem um ponto a mais ou a menos:

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Pois é. Depois disso veio a prova final, com um saidt na segunda página. No fim da prova expliquei pra mulher que "Quechua" não era o nome do software que a Microsoft tinha inventado, e sim a língua inca para a qual a Microsoft havia feito um patch de tradução. Recolhi meu material e saí perguntando quando e onde era o exame, sendo auxiliado por uma Patrícia atenciosa, com um olhar de "ai, coitado desse, tão esforçado!".

PS.: Murilo, Vinícius e Rodrigo. Se vocês estiverem lendo isso, não precisa me explicar que o Quechua foi antes da prova e que não foi na primeira aula da Gabriela que teve o texto dos gays. Alguma coisa eu preciso mudar pra melhor fluência do texto :)

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